Olhei em minha volta. Eu estava cercada por pessoas estranhas, que passavam, em suas respirações, sua violência mais primitiva guardada para momentos como esse. Eles me olhavam. Eles me devoravam a cada encarada. Naquele momento, tudo o que eu mais queria na vida era correr.
Eu queria sentir o vento, o movimento vivo do meu desespero que surrava, esmagava, todo o meu corpo. Queria sentir meus desejos escorrendo pelos meus poros, sendo cumpridos a cada segundo que se passava. Por alguns momentos em uma rápida reflexão, percebi como os seres humanos podem ser tão animais. E estranhamente, isso me agradou.
Olhei para o lado. Taylor estava sentado no banco de reserva, assistindo a todo aquele espetáculo com um esboço de sorriso no rosto. Ele sabia que seu sorriso cínico me irritava, ah como ele sabia. Ele sabia que seu sorriso me estimulava a ser mais rápida, mais veloz, mais violenta - melhor do que todos, melhor do que ele. Ah, ele sabia disso muito bem.
E não deu outra. Fui expulsa no segundo tempo do jogo de handball, na melhor parte. Malditos sejam os irmãos mais velhos, eles fazem questão de estragar tudo, inclusive minha querida aula de educação física.
Nem preciso dizer sobre a felicidade maliciosa de Taylor ao entrar jogo em meu lugar, e a raiva que me deu de vê-lo correndo com tanta vontade quanto eu corria, junto com seu sorriso tão maldoso. São em momentos como esse que me fazem enxergar o quanto eu te odeio, querido Taylor!
segunda-feira, 5 de abril de 2010
domingo, 4 de abril de 2010
. . .
Desculpas. É o que eu quero pedir. Muitas, milhares, um caminhão cheio, o mesmo número de estrelas do céu... de desculpas. O tempo é muito corrido para mim, são tantas informações, tantas cores, tantas tristezas e tantas alegrias que, depois de tudo isso, torno-me uma garota com alguns problemas de memória. Mas peço calma. Eu voltei.
Ps.: Aliás, eu não voltei sozinha, comigo também veio o insuportável do Taylor, Petter e minhas belas loucuras. Voltamos todos só para atormentar-lhe com nosso terror juvenil - de verdade.
Com muito amor,
Embry.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Antes da Noite Chegar
"Eu caminho. Às vezes sozinho, às vezes acompanhado. São trilhas cuidadosamente abertas nesse campo de gramados altos. Por vezes te vejo seguindo rumos distantes dos meus, mas vejo a ponta da tua cabeça, ao longe, me tranqüilizando, por estares logo ali. Observo tuas escolhas e jamais me oponho a nenhuma delas, mas comemoro quando elas levam o teu caminho de encontro ao meu, mesmo que por segundos.
Minhas mãos ocupam meus bolsos para que tu não tenhas tentação de te deixar levar por elas. Minhas mãos vão te levar por caminhos que tu não vais gostar de percorrer. É que eu me vou por lamaçais, manguezais e, por inúmeras vezes, já me perdi em florestas das mais altas sequóias, de ramos tão frondosos a ponto de fazerem com que os raios de sol desistam de mergulhar no chão. E eu preciso de duas mãos pra escalar todas essas montanhas que se aproximam ao norte.
Minhas mãos ocupam meus bolsos para que tu não tenhas tentação de te deixar levar por elas. Minhas mãos vão te levar por caminhos que tu não vais gostar de percorrer. É que eu me vou por lamaçais, manguezais e, por inúmeras vezes, já me perdi em florestas das mais altas sequóias, de ramos tão frondosos a ponto de fazerem com que os raios de sol desistam de mergulhar no chão. E eu preciso de duas mãos pra escalar todas essas montanhas que se aproximam ao norte.
Desses cumes posso te ver caminhando, por muitas vezes de mãos dadas com outros passantes, nem que seja só pra pedir informação. É tudo tão triste, quando visto daqui de cima... São tantas almas solitárias de mãos cerradas, são tantas pegadas apressadas de gente que não sabe aonde quer chegar, tanto desespero nessa procura cega pelo que não se sabe o que é, mas que tanto se quer, que eu fico pensando se vale a pena voltar.
Talvez tu nunca venhas a entender, mas eu já estou acostumado com a minha condição de incompreendido. É que tu não sabes como é frio o lugar de onde eu venho. É que tu não sabes como doem esses pontos ainda não-cicatrizados. É que não se passa pela tua cabeça que, toda vez em que abro meus braços, sinto esses pontos hesitando em permanecerem fechados, sinto as costuras esgaçadas, sinto o ar que faz arder minhas entranhas, sinto a dor de afogar de novo naquele mar salgado que por tanto tempo me privou de cravar os pés em terra firme. E hoje eu tenho um medo enorme do mar.
É quase manhã, faz frio, e não há sol que seja capaz de derreter todo esse gelo antes da noite chegar."
(Todas as fontes indicam que este texto pertence à) Lucas Silveira, da Fresno ♥
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Céu. Inferno.
Vou contar-lhe um segredo que me envergonha um bocado. Por favor, prometa não rir de mim, afinal não fui só eu que tive essa dúvida - aposto que muitos filósofos amadores por aí já passaram noites acordados, chegando a uma conclusão tão confusa quanto minhas perguntas.
Esses dias eu e Taylor tivemos uma briga feia na cozinha. Não me recordo o motivo, mas atualmente nós andamos brigando por qualquer coisa - qualquer coisa mesmo...
- Ah, Vamos lá, Embry! Não seja ridícula... - Taylor bufou.Eu não falei nada, somente o encarei com uma expressão que não pude reconhecer no momento. Deveria ser de raiva. Ou de tristeza.
- Quer saber? E adoraria que você morresse agora mesmo, eu não aguento mais olhar na sua cara.
Então ele foi embora, com as feições distorcidas por uma raiva que me entristeceu. E eu fiquei lá, parada, degustando o sabor ácido das palavras ditas por uma das pessoas que eu mais confiava no mundo.
Tudo bem, eu concordo, não é lá um sentimento tão comum entre irmãos, mas eu realmente amo o idiota do Taylor. Eu não sei bem se é recíproco, por isso não faço questão de deixar meus sentimentos tão explícitos.
Mas enfim, aquilo me magoou. Fiquei imaginando se eu morresse mesmo, como ele disse. Aquele pensamento fez um arrepio percorrer todo o meu corpo, porém não somente por causa daquela discussão, e sim pelo simples fato de eu desconhecer a morte. O que vem após a morte.
Alguns acreditam que a alma é imortal, portanto nunca morreremos; porém tem aqueles que acreditam que ou se vai para o Céu ou ao Inferno.
Daí eu me pergunto: Para onde eu iria? Eu não acredito que eu vá para o Céu - não sou tão perfeita para isso. Mas também não sou nenhum monstro a ponto de merecer o Hades, ou seja lá a denominação mais correta - mais assustadora.
No entanto não pude não indagar: e se por acaso não existir nem Céu e nem Inferno, o que mais aconteceria?
E se nós formos somente um corpo, que quando morre se decompõe e coloca um ponto final no nosso passado, presente e futuro?
E se...
Nessa altura eu já estava lacrimejando de modo infantil e vergonhoso. Eu não reajo bem a perguntas desse naipe - perguntas filosoficas demais fazem minha idéia de ser e estar no mundo perder-se completamente, isso eu sabia muito bem. Porém o que eu não sabia era que Taylor me espiava da porta da cozinha, revelando o espanto e o arrependimento pelos olhos de um azul tão ávido quanto o Céu, e ao mesmo tempo tão amedrontador quanto o Inferno.
Eu quis sumir.
- Embry? - murmurou, os olhos a fitar os meus, a me incomodar mais.
Não respondi. Esperei que as ridículas lágrimas voltasse ao lugar de origem. Pode-se concluir que não deu certo.
- Embry, olha, eu... - ele se aproximou, indeciso - Esquece aquilo, tá? Foi só um... - ele suspirou, visivelmente incomodado com a situação. - Esquece.
Não falei nada. Não bufei, não suspirei... Mal pisquei, pra falar a verdade. Fiquei sentindo a pontinha de arrependimento que Taylor se permitiu mostrar.
Ele abaixou a cabeça e bagunçou os cabelos, como sempre fazia quando estava sem graça. E então ele foi embora, agora de verdade. Pude ouvir o destrancar e o trancar do portão.
No entanto as dúvidas - todas elas - ficaram comigo.
Mas elas não me torturavam tanto quanto o peso daqueles olhos azuis.
Esses dias eu e Taylor tivemos uma briga feia na cozinha. Não me recordo o motivo, mas atualmente nós andamos brigando por qualquer coisa - qualquer coisa mesmo...
- Ah, Vamos lá, Embry! Não seja ridícula... - Taylor bufou.Eu não falei nada, somente o encarei com uma expressão que não pude reconhecer no momento. Deveria ser de raiva. Ou de tristeza.
- Quer saber? E adoraria que você morresse agora mesmo, eu não aguento mais olhar na sua cara.
Então ele foi embora, com as feições distorcidas por uma raiva que me entristeceu. E eu fiquei lá, parada, degustando o sabor ácido das palavras ditas por uma das pessoas que eu mais confiava no mundo.
Tudo bem, eu concordo, não é lá um sentimento tão comum entre irmãos, mas eu realmente amo o idiota do Taylor. Eu não sei bem se é recíproco, por isso não faço questão de deixar meus sentimentos tão explícitos.
Mas enfim, aquilo me magoou. Fiquei imaginando se eu morresse mesmo, como ele disse. Aquele pensamento fez um arrepio percorrer todo o meu corpo, porém não somente por causa daquela discussão, e sim pelo simples fato de eu desconhecer a morte. O que vem após a morte.
Alguns acreditam que a alma é imortal, portanto nunca morreremos; porém tem aqueles que acreditam que ou se vai para o Céu ou ao Inferno.
Daí eu me pergunto: Para onde eu iria? Eu não acredito que eu vá para o Céu - não sou tão perfeita para isso. Mas também não sou nenhum monstro a ponto de merecer o Hades, ou seja lá a denominação mais correta - mais assustadora.
No entanto não pude não indagar: e se por acaso não existir nem Céu e nem Inferno, o que mais aconteceria?
E se nós formos somente um corpo, que quando morre se decompõe e coloca um ponto final no nosso passado, presente e futuro?
E se...
Nessa altura eu já estava lacrimejando de modo infantil e vergonhoso. Eu não reajo bem a perguntas desse naipe - perguntas filosoficas demais fazem minha idéia de ser e estar no mundo perder-se completamente, isso eu sabia muito bem. Porém o que eu não sabia era que Taylor me espiava da porta da cozinha, revelando o espanto e o arrependimento pelos olhos de um azul tão ávido quanto o Céu, e ao mesmo tempo tão amedrontador quanto o Inferno.
Eu quis sumir.
- Embry? - murmurou, os olhos a fitar os meus, a me incomodar mais.
Não respondi. Esperei que as ridículas lágrimas voltasse ao lugar de origem. Pode-se concluir que não deu certo.
- Embry, olha, eu... - ele se aproximou, indeciso - Esquece aquilo, tá? Foi só um... - ele suspirou, visivelmente incomodado com a situação. - Esquece.
Não falei nada. Não bufei, não suspirei... Mal pisquei, pra falar a verdade. Fiquei sentindo a pontinha de arrependimento que Taylor se permitiu mostrar.
Ele abaixou a cabeça e bagunçou os cabelos, como sempre fazia quando estava sem graça. E então ele foi embora, agora de verdade. Pude ouvir o destrancar e o trancar do portão.
No entanto as dúvidas - todas elas - ficaram comigo.
Mas elas não me torturavam tanto quanto o peso daqueles olhos azuis.
Hot Summer Days
Ual, como o dia está nublado hoje. Eu gosto de dias nublados, eles me passam uma sensação de... felicidade calma, não aquela felicidade eufórca dos dias de calor.
Eu não sei, a euforia em excesso me irrita, porque em um momento você está se sentindo a pessoa mais alegre do mundo, e no outro você fica tão triste como em um dia nublado. Mas nunca se sentirá com aquela felicidade calma - a tristeza pós dia de calor é sempre mais sombria. Mais chuvosa.
A verdadeira felicidade só existirá se você viver seu dia nublado, dias de calor não levam a nada...
Deu pra entender?
Ah, é claro que não.
Isso é típico dos dias quentes de verão.
Eu não sei, a euforia em excesso me irrita, porque em um momento você está se sentindo a pessoa mais alegre do mundo, e no outro você fica tão triste como em um dia nublado. Mas nunca se sentirá com aquela felicidade calma - a tristeza pós dia de calor é sempre mais sombria. Mais chuvosa.
A verdadeira felicidade só existirá se você viver seu dia nublado, dias de calor não levam a nada...
Deu pra entender?
Ah, é claro que não.
Isso é típico dos dias quentes de verão.
terça-feira, 28 de julho de 2009
WRONG.
Meu nome? Embry. Minha idade? Bom, atualmente eu tenho 16 anos, dois anos mais nova que Taylor, meu irmão insuportável. Incrível como minha mãe teve criatividade para nos nomear. Embry e Taylor. Taylor e Embry. Eu bem que podia ser a Taylor e ele o Embry, já que são nomes usados pra tudo. É ridículo eu te contar isso, mas eu acho um bocado esquisito esses nomes unisex. Nada contra, por favor, mas eu acho um bocado estranho. Enfim...
Hoje eu estava escutando uma música muito bizarra (você já deve ter percebido que tudo é esquisito, estranho e bizarro pra mim, não é? Ou será que sou eu a esquisita, estranha e bizarra para tudo? Hm.), mas é simplesmente viciante!
Droguem-se:
Wrong - Depeche Mode
http://www.kboing.com.br/script/radioonline/radio/player.php?musica=1014838&op=1&rd=862655
Hoje eu estava escutando uma música muito bizarra (você já deve ter percebido que tudo é esquisito, estranho e bizarro pra mim, não é? Ou será que sou eu a esquisita, estranha e bizarra para tudo? Hm.), mas é simplesmente viciante!
Droguem-se:
Wrong - Depeche Mode
http://www.kboing.com.br/script/radioonline/radio/player.php?musica=1014838&op=1&rd=862655
Assinar:
Postagens (Atom)